Vou partir, soltar amarras
Navegar de vela ao vento
Na rotina não me agarras
Não me roubas o alento
Acabou-se o sobressalto
Do abrigo da baía
Eu quero é o mar alto
Enfrentando a maresia
Tu tens medo dos escolhos
Sonhas a tranquilidade.
Não vês fundo, nos meus olhos
A ânsia da liberdade.
Podíamos ter navegado
Na fragata da aventura
Escolheste ficar ancorado
Nesse cais de amargura.
Lamento, mas isso não posso.
Tenho que ir à procura
Do lugar que era nosso
No limiar loucura.
A foto não é minha (ai que pena!). Creio ser do DOP da Universidade dos Açores.
Isto está escrito no feminino por várias razões, a mais forte, talvez, um secreto desejo de que pudesse ouvir isto cantado - por exemplo - pela Dulce Pontes, a que dei uma versão desta ideia há muitos anos e... perdeu-se na caixa de sapatos em que ela me disse que guardava poemas e letras que iria cantar um dia...
Até hoje e perdi, entretanto, o original!