Das ilusões às desilusões, dos ilusionismos da vida aos iludidos. Bota que tem.

11.05.2007


Navegar
Escrito Quarta, 21 de Setembro de 2005


Vou partir, soltar amarras

Navegar de vela ao vento

Na rotina não me agarras

Não me roubas o alento

Acabou-se o sobressalto

Do abrigo da baía

Eu quero é o mar alto

Enfrentando a maresia

Tu tens medo dos escolhos

Sonhas a tranquilidade.

Não vês fundo, nos meus olhos

A ânsia da liberdade.

Podíamos ter navegado

Na fragata da aventura

Escolheste ficar ancorado

Nesse cais de amargura.

Lamento, mas isso não posso.

Tenho que ir à procura

Do lugar que era nosso

No limiar loucura.
A foto não é minha (ai que pena!). Creio ser do DOP da Universidade dos Açores.
Isto está escrito no feminino por várias razões, a mais forte, talvez, um secreto desejo de que pudesse ouvir isto cantado - por exemplo - pela Dulce Pontes, a que dei uma versão desta ideia há muitos anos e... perdeu-se na caixa de sapatos em que ela me disse que guardava poemas e letras que iria cantar um dia...
Até hoje e perdi, entretanto, o original!



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Como Bola Colorida



O tempo esvai-se, em torpores de dor

O vento cresce, em laivos de ira

A fome aperta, e num estretor

Galga a miséria, ninguém a tira.

Há cornos que marram num destino incerto

Há gritos que calam o silêncio mudo

Tantos desistem, aqui tão perto

E eu, impotente, olhando tudo.

Mas eis que surge a explosão de cor

A criança bebe a bola colorida

Seja esperança, seja o que for

Vislumbro um instante de vida.

Parem o tempo, amarrem o vento!

Matem a fome,soltem a esperança!

Eu quero fixar este momento

E o espanto desta criança!


15/10/2005



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Pé ante pé te vislumbrava
Caminhando etéreo sobre água
Só que então não imaginava
A infinita dor que tem a mágoa...

Escrevi esta coisa há 2 anos (20/10/2005) noutro espaço deste universo. Mas agora está tão dolorosamente actual.